#Resiste Mirabal

Acompanhamos o trabalho da Casa Mirabal em sua luta contínua pela proteção e autonomia de mulheres em situação de violência e vulnerabilidade social.

Observamos a desproporção entre o poder dos movimentos sociais/voluntários que bravamente dedicam-se a produção de condições para a reconstrução da vida destas mulheres e o poder do Estado com esparsas políticas públicas e sociais, que circunscritas a ações pontuais de governo, mantém a permanente instabilidade no trabalho a ser desenvolvido.

O descompromisso público com recursos mais permanentes e básicos como a moradia, que abriga, acolhe e afirma a condição de cidadania para essas mulheres acaba por não tornar efetiva uma função afirmativa que é essencial ao resgate da construção deste sujeito social.

A luta permanente de voluntários pelas condições necessárias a um trabalho desta natureza, acaba por se concentrar na exigência de esforços destas pessoas reproduzindo um dilema estrutural maior que é a luta feroz pela “sub-existência” humana. E a violência estrutural originária das relações com as mulheres permanece sem ser assumida pelo Estado que nos governa.

Sendo assim, a atual situação de mais um enfrentamento na luta pela permanência de local para o funcionamento da Casa Mirabal encontra o apoio da Sigmund Freud Associação Psicanalítica – através do SIG Intervenções Psicanalíticas – no sentido de que haja reconhecimento, legitimidade e garantia deste tipo de trabalho no asseguramento do seu espaço físico.

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